quinta-feira, 27 de agosto de 2020

O que um psicólogo faz?

 


Outro dia Bernardo, meu filho de quatro anos- justamente a fase dos porquês e descobertas- me perguntou, assim, “na lata”: “- Papai, o que você faz? Qual o seu trabalho?”. Meu primeiro pensamento foi: “- Eita! Como explicar para uma criança de quatro anos o que um psicólogo faz?”. Foi quando veio à minha cabeça a música de Chico César e Marcelo Jeneci: Felicidade. Respondi: “-Filho, eu ajudo as pessoas a aprender a dançar na chuva”. Ele não entendeu nada, claro, assim como muita gente não entende para que serve um psicólogo.

Então, expliquei, obviamente usando a música do Chico César, pois os poetas sabem explicar as coisas em palavras melhor do que nós, meros mortais. A música para quem não conhece, diz o seguinte:
“Melhor viver, meu bem
Pois há um lugar em que o Sol brilha para você
Chorar, sorrir também e dançar
Dançar na chuva quando a chuva vem”
A vida é cíclica, sabemos. Sempre temos momentos bons e momentos ruins, os tais dias de chuva. A maioria das pessoas querem apenas os dias de sol, o que é impossível. Muitos não sabem o que fazer quando começa a chover, inclusive chegam a pensar que tal período nunca passará. Nós, psicólogos, então, ajudamos. Não trazemos apenas o guarda-chuva, mas ajudamos a enfrentar a chuva e (por que não?) ensinamos a dançar na chuva, quando a chuva vem. E o mais interessante nesse processo todo é quando a pessoa percebe que, muitas vezes, quem faz chover é ela mesma, mas isso fica para um próximo post. 
É sempre assim. Nunca nesses vinte anos de formado, seja na psicologia organizacional e do trabalho, e depois na clínica , quando me encantei com a terapia cognitivo- comportamental, as pessoas me procuraram  para melhorar algo que estava relativamente bom, ou para alcançar a maestria em algo, o que é possível também. Sempre nos momentos de chuva. Quem sabe um dia, conhecendo melhor a psicologia, as organizações e as pessoas passem a procurar psicólogo para o seu crescimento pessoal, para evitar adoecer, para ter mais satisfação ou qualidade de vida. Nesse dia, vou falar para o Bernardo que ensino os outros a dançar, apenas isso.
Mas enquanto esse dia não chega, acredito que devemos continuar insistindo, fazendo a nossa parte, trabalhando “loucamente” para ajudar aqueles que nos procuram, muitas vezes como “última alternativa”. É apaixonante ser psicólogo. É uma luta ser psicólogo. 58 anos da psicologia no Brasil. Um feliz dia dos psicólogos para todos os meus colegas de profissão. Continuemos na luta!

E você já ouviu a música Felicidade, interpretada pelo Marcelo Jeneci? Se não, vai lá, é uma aula de como viver bem.
Gustavo Assis, psicólogo, analista judiciário - apoio especializado Psicologia TRE-MA

2 comentários:

Dicas dos Servidores

Após a implantação do PJE e a vigência da nova resolução que trata da prestação de contas dos partidos políticos, tenho observado a grande quantidade de equívocos nas petições iniciais, o que gera retrabalho e atraso na evolução do processo, já que o cartório deve certificar, passar a despacho e efetivar as retificações na autuação. Somente após isso é que as demais providências são tomadas, o que gera demora em alguns dias, para o desfecho.
Ultimamente cumpri vários atos de retificação de autuação, em situações que poderiam ser evitadas facilmente com disseminação de informações sobre a petição inicial da prestação de contas, notadamente a de declaração de ausência de movimentação.
A partir do momento em que a prestação de contas deixa de ser procedimento administrativo e passa a jurisdicional, formalidades mínimas quanto à petição inicial devem ser observadas, salvo melhor juízo, apesar de ser um processo atípico, sem a "triangulação" processual.
Entre os equívocos mais comuns estão:
- peticionamento perante o segundo grau de jurisdição;
- autuação em zona diversa da competente, em locais com mais de uma zona;
- classificação incorreta (PETIÇÃO CÍVEL - Regularização... X PRESTAÇÃO DE CONTAS);
- ausência dos nomes dos responsáveis - presidente e tesoureiro - e de sua qualificação;
- falta de qualquer justificativa para o fato de o partido não ter movimentação durante todo o ano ("causa de pedir"), em caso de declaração de ausência de movimentação de recursos.
Assim, elaborei um formulário modelo de petição, que poderá servir de orientação para aqueles que tenham dúvida, conforme link abaixo, com a redação a ser adaptada e melhorada.
Submeto à avaliação de conveniência quanto à divulgação no Blog:


Atenciosamente,
João Evódio Silva Cesário
Analista Judiciário | ZE-048