PRECAUÇÃO
OU EXAGERO?
Naquela
época era comum aos jovens a partir dos doze ou treze anos serem levados por
parentes para os centros mais adiantados, normalmente pequenos comerciantes,
que também nas suas juventudes foram pequenos ajudantes e seguem a mesma rotina
tendo mão de obra barata, confiáveis e tirando os jovens da inutilidade do
interior.
Bem
sucedido dentro de sua ambição, com seu comércio em sua casa de morada, onde a
sala da frente foi transformada em uma mercearia que vendia tudo desde açúcar a
carne seca, o corredor como depósito, vivendo com sua família na parte dos
fundos e por ser uma casa grande, o conforto não lhes faltava.
Pessoas
como Acir e com este histórico de vida, sempre acolhem em suas casas uma
população flutuante que chegam para ir a médicos, negócios ou mesmo como
visitas, além das que residem permanentemente por consideração, necessidade ou
hábitos.
Alzira
irmã de Acir, solteira idosa sem filhos e sem qualquer fonte para sobreviver,
apelidada de “Zizi Cabeça Branca” era uma das que lá moravam, pressão alta,
diabetes, além de outros males característicos aos idosos, era bem humorada,
alegre não se chateava com o apelido ganho na juventude por seus cabelos
precocemente clarearem.
Contam
que certo dia, depois de uma das inúmeras idas a médicos, Zizi, passou a usar a
casa do vizinho como acesso alegando ser recomendação médica. A curiosidade
tomou conta de todos, um médico jamais poderia prescrever um tratamento desta
qualidade. Foi pressionada a tornar mais claro o motivo daquela decisão então,
o mistério acabou. Devido sua pressão estar elevada o médico proibiu dela comer
sal e por força de expressão recomendou: “Dona Alzira não coma sal de jeito
algum, pelo amor de Deus passe longe de sal”.
Tomando
ao pé da letra a recomendação médica, ela preferiu a casa do vizinho nas suas
idas e vindas a ter que passar no corredor da sua casa onde estava um saco de
sal que seria fracionado nas vendas a varejo.
Carlo Souza - Servidor Aposentado
kkkkkkkkkk Excelente história Carlos! E, como Dona Alzira, existem muitas e muitos!
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