Estamos de quarentena. E ninguém fica feliz por estar em confinamento. A necessidade de reclusão momentânea, em nome do bem-estar geral, para brasileiros e muitos outros povos, ameniza um pouco os efeitos do isolamento social. Ficar em casa, evitar circular por outros lugares, reduzir ao máximo os contatos com pessoas, ainda é a melhor estratégia para conter a propagação do contágio do coronavirus. Idosos, indivíduos com imunidade baixa ou doenças crônicas fazem parte do grupo de risco, porém qualquer indivíduo pode ser portador assintomático do vírus e transmiti-lo – uma das principais justificativas para a reclusão.
Mas, como as pessoas respondem a essas restrições? Quais os efeitos psicológicos às mudanças de rotina, limitação da mobilidade e dos contatos sociais? De um modo geral, apresentando sintomas de estresse, depressão, temor, irritabilidade. Para atenuar as sensações de angústia e desamparo experimentadas por muitos nesse período, o serviço de psicologia do TRE-BA disponibilizou atendimento, por via remota, aos servidores e demais colaboradores da instituição. Giovana Mesquita, psicóloga que desenvolve esse trabalho presencialmente há anos no Regional, é a profissional que coordena a proposta.
Durante a quarentena, as conversas com Giovana acontecerão via e-mail ou Skype (o paciente escolhe se quer se comunicar por voz e vídeo, ou somente por voz), mas, antes de tudo, o primeiro procedimento é fazer contato com Giovana (grmesquita@tre-ba.jus.br) para avaliação da demanda e agendamento da consulta à distância. Com apenas uma semana de funcionamento no TRE-BA, o aconselhamento psicológico remoto já prestou atendimento a 15 servidores, sendo que cerca de 40% estavam em processo de atendimento com a psicóloga e estão dando continuidade; e 60% são novos contatos, pessoas em busca de apoio para lidar com a situação excepcional na atualidade.
Mesquita afirma que a procura tem crescido desde que o serviço foi anunciado ao público interno. As principais demandas giram em torno de como administrar a ansiedade no dia a dia, a fim de se organizar em casa, num esquema de confinamento, com filhos e atividades escolares (online), tarefas domésticas, home office, cuidados com a saúde, etc. “É recomendável não ficar o dia todo lendo informes sobre a pandemia, isso aumenta muito a ansiedade, principalmente à noite, comprometendo o sono. Dormir bem, se alimentar bem, fazer algum exercício físico revigoram o corpo e desestressam. Mas, tudo sem imposição ou culpa, respeitando os próprios limites. Precisamos ser mais amorosos e tolerantes com nós mesmos”, ressalvou a psicóloga.
Matéria: Dulce Sampaio
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Giovana Mesquita |
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