Essa pandemia
tem trazido, além de todas as mudanças de comportamento, debates férteis sobre
a nossa vida em sociedade. Lacan, psicanalista francês, dizia que existe o
momento de ver, de compreender e de concluir. Talvez estejamos agora – passado
o momento de ver com perplexidade – tentando compreender como que esse real do
vírus impacta nossa vida imediata e nossa condição de seres vivos.
Sobre esse
tema, existe uma história que é contada sobre Margaret Mead (1901 – 1978),
antropóloga americana, que, independente da veracidade, vale a reflexão que
provoca.
“Há muitos anos, um aluno perguntou à antropóloga
Margaret Mead o que ela considerava ser o primeiro sinal de civilização numa
cultura.
O aluno esperava que Mead falasse a respeito de anzóis, panelas de barro ou pedras de amolar.
O aluno esperava que Mead falasse a respeito de anzóis, panelas de barro ou pedras de amolar.
Mas não. Mead disse que o primeiro sinal de civilização numa cultura antiga era um fêmur (osso da coxa) quebrado e cicatrizado. Mead explicou que no reino animal, se você quebrar a perna, morre. Nenhum animal sobrevive a uma perna quebrada por tempo suficiente para o osso sarar.
Um fêmur quebrado que cicatrizou é evidência de que alguém teve tempo para ficar com aquele que caiu, tratou da ferida, levou a pessoa à segurança e cuidou dela até que se recuperasse.
“Ajudar alguém durante a dificuldade é onde a civilização começa” disse Mead.”
Eis uma das
maiores diferenças nossa em relação a outros seres: a capacidade de ser
empático, de perceber a necessidade do outro, de cuidar. A civilização começa
com a vida coletiva; ninguém sobreviveria no mundo selvagem sozinho.
Uma boa reflexão para esses tempos. É simples, mas parece que às
vezes nos esquecemos: somos seres coletivos, estamos interligados. As
fronteiras, todas elas, são imaginárias.
Então, sejamos
civilizados! Mesmo não fazendo parte do grupo de maior risco, vamos ficar em
casa. Todos unidos neste afastamento necessário. Por você, por nós.
Essa é a
melhor compreensão do momento.
Giovana Reis Mesquita
Psicóloga do TRE-BA
Muito importante essa reflexão. Empatia!!!
ResponderExcluirObrigada!
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