Meu nome é
Carlos Augusto, trabalhei doze anos no TRE ainda na Vasco da Gama sua antiga
sede, me aposentei e de lá pra cá me dediquei a minha esposa, três filhos e
quatro netos, nas horas vagas que são poucas, escrevo algumas coisas que apesar
de curiosas são baseadas em fatos reais. Aí está uma das "COISAS QUE ME
CONTARAM":
SEDUTOR OU SEDUZIDO?
Milú sujeito namorador se orgulhava em dizer que não era homem de uma só mulher, conhecido na região pela quantidade de filhos frutos de suas aventuras, tinha um carinho especial por um filho Zé, que não podia ver um rabo de saia e aclamado como seu herdeiro no mundo feminino.
Zé de Milú, como era conhecido o
filho do reprodutor, era generoso, trabalhador, ajudava sempre quem o procurava
e algumas vezes espontaneamente, querido por todos, muito alegre, brincalhão,
enfim um jovem perfeito.
Chuíte vivia com Judite, pai de
cinco filhos menores, companheiro de trabalho e de cerveja de Zé, embora fiel à
esposa se entendiam perfeitamente a ponto de serem compadres. Não se sabe se Zé
batizou filho de Chuíte ou este levou algum filho de Zé a Pia Batismal o fato é
que se respeitavam e se gostavam mutuamente.
Alguns anos se passaram e depois de
uma grande coleção de idas e vindas a médicos, Chuíte veio a falecer. O
desespero tomou conta de Judite que não sabia o que fazer com tantos filhos
para dar o que comer. Lutou, sofreu e no final de algum tempo sua vida aos
poucos foi se regularizando. Durante seus dias de sofrimento, inúmeras foram as
vezes que Zé ajudou com alimentação, dinheiro, roupas ou sapatos e em memória
de seu amigo e companheiro, foi o braço forte para a estabilidade da comadre e
seus filhos.
O tempo não pára, filhos crescendo e
a vida segue seu ritmo normal. O relacionamento entre a comadre e Zé era de
solidariedade, açúcar pra lá, farinha pra cá, um pouco de óleo, um pouco de
sal. Certo dia, estando Zé de Milú em casa de Judite sentado em um banco e a
sua frente a comadre, numa posição comum às mulheres do interior, de cócoras,
costas apoiadas na parede e a saia cuidadosamente colocada entre as pernas
abertas, falou:
- Compadre, abaixo de Deus foi o
senhor que me deu forças e quem praticamente matou a fome de meus filhos. Sem o
senhor não poderia aguentar uma situação tão dura... Eu não tenho como pagar o
que o senhor fez por mim.
O compadre parou, pensou e olhando
maldosamente respondeu:
- Comadre, de ter tem.
-Tenho, com que, como poderia lhe
pagar?
Silencioso como que sentido o peso
de sua cobrança, Zé esticou o seu lábio inferior para frente e num gesto com a
cabeça, apontou com o queixo em direção às partes tão bem guardadas com a saia
pela sua despretensiosa comadre.
A VERSÃO
O rumo que estas duas famílias tomou foi uma consequência. A causa até hoje é contestada por Zé de Milú que tem sua versão:
Sempre que conversa sobre o assunto,
Zé atribui todo acontecido a sua perna esquerda vítima de uma queda de cavalo,
arremessada violentamente a uma estaca lhe custando algumas semanas de
recuperação embora, nunca mais voltasse a ser a mesma. Este acidente não é
lembrado pelos seus contemporâneos e não é confirmado pelo pai.
Atendendo a um chamado, Zé após o
trabalho foi a casa de sua comadre e por azar, como ele mesmo diz, colocou o pé
esquerdo no degrau acreditando não precisar entrar e esperou que Judite viesse
à porta para conversar. Para sua surpresa foi agarrado violentamente pela
camisa e puxado para dentro sem nada ter podido fazer devido sua falta de
firmeza na tal “perna esquerda”. Caiu por cima daquela mulher enfurecida, com
atitudes irracionais, uma mulher que ele sempre respeitou e respeitava, lhe
arrastou até o quarto, foi jogado sobre a cama de nada valendo seus esforços de
se livrar daquelas garras. A noite toda foi de luta, investidas frustradas para
alcançar a rua. Nos intervalos da “luta”, Zé jura que tentava fugir mas que
apesar de baixinha e magrinha, Judite conseguia lhe dominar e na cama lhe
tirava toda reação. Quando a manhã chegou, lá estava um homem abatido,
debilitado e com uma grande dor de cabeça.
A culpa é mesmo todinha da perna esquerda do Zé. Aham, é sim. kkkk
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