segunda-feira, 27 de abril de 2020

O Coração nos tempos do COVID 19


A humanidade tem passado ao longo de sua existência por períodos de pandemias que resultaram em perdas de milhões de vidas. Constam relatos desde o ano 430 A.C. com a Praga de Atenas (provável Febre Tifóide) e o da Peste Antonina (provável Varíola) que afetou o Imperio Romano a partir do ano 165 com estimativa de 5 milhões de mortes. Na Idade Media, século XIV, 1347 a 1353, a Peste Negra ou Peste Bulbônica ceifa a vida de 20 milhões de pessoas, a maioria da Asia central e Europa. No século 19, a partir de 1816 com sucessivos surtos pelo mundo nas décadas subsequentes vem a Cólera.  O século XX com seus progressos e guerras, tem o aparecimento de Febre Espanhola em 1918 e 1919 (provável mutação do Vírus Influenza) durante a 1ª grande guerra causando mais morte que o próprio confronto com estimativa de perda de vidas em 50 milhões. Passam os anos e em 1981 surge a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida ( AIDS ) pelo Vírus HIV, tornando-se uma pandemia que causou até 2018 cerca de 32 milhões de óbitos em todo o mundo. Mais recentemente, em 2003, surge casos de pneumonias atípicas graves relacionadas com o Coronavirus SARS-COV que não se tornou pandemia por ação rápida das autoridades locais e da OMS. Em 2009 surge a Gripe A causada pelo vírus H1N1, sendo combatida com vacinação em massa.
Atualmente nos deparamos com a mais recente pandemia causada pelo novo coronavírus SARS COV2 ou COVID 19 causando quadro de pneumonia de rápida evolução para uma síndrome aguda respiratória grave de transmissibilidade elevada possibilitando taxas de disseminação da infecção até 10 vezes mais rápida que o SARS COV. Dados recentes descrevem que o vírus também pode afetar o sistema cardiovascular provocando injuria e simular quadro de infarto agudo do miocárdio, evoluindo também como miocardite, insuficiência cardíaca, choque ou arritmias complexas. Esses danos são mais frequentes nos pacientes com fatores de risco cardiovascular ( idade avançada, HAS (Hipertensão Arterial ) ou Diabetes) e nos portadores de doença cardiovascular como a Doença Arterial Coronária (angina/infarto), doença cerebrovascular ou Cardiopatias. Nos pacientes saudáveis  abaixo de 60 anos e crianças, a grande maioria terá uma forma branda da doença que será confundida com uma gripe ou passará assintomática, daí o grande potencial de transmissibilidade!.
Em todo o mundo, profissionais de saúde, pesquisadores e cientistas buscam entender o comportamento do vírus, sua forma de agir e seus mecanismos de agressão para proporem tratamento adequado e desenvolvimento da vacina que venha evitar novos surtos e milhares de vítimas. No momento, devemos seguir as orientações da OMS (Organização Mundial de Saúde), do Ministério da Saúde e das várias Sociedades Médicas envolvidas no combate à pandemia. Podemos resumir e reforçar algumas orientações:
1-  Intensificar as medidas de prevenção: Distanciamento social, evitar aglomerações, higienização frequentes das mãos e cuidados no manuseio de objetos manipulados por outras pessoas ( compras de supermercado, entrega de Delivery...), principalmente no grupo de pacientes com fatores de risco cardiovascular.
2-  Os portadores de doença cardiovascular devem ser estimulados a rigorosa aderência às medidas preventivas além de manter uso regular das medicações, dieta adequada, boa hidratação, atividade física regular, evitar TABAGISMO e ETILISMO. Observar as vacinas que são especialmente necessárias nesse grupo como a Pneumocócica e a da Influenza.
3-   Atividade física em casa pode ser na varanda, garagem, sala, jardim ou em áreas livres do condomínio desde que use máscara e mantenha o distanciamento adequado. Lembrar que para atingir o efeito necessário o exercício deve ter duração de 150 min por semana divididos em 3 a 5 períodos, evitando ficar mais de 48 horas de intervalo sem a atividade para manter os efeitos benéficos. Ao retornar à residência deixar o calçado na porta ou retirar e levar para área de serviço onde será limpo com  desinfetante/água sanitária.
4-    Manter a rotina de horários de acordar, se alimentar e dormir no período de distanciamento social. Estimular leitura de livros, revistas e artigos com assuntos de interesse e variados, evitando ficar tempo prolongado assistindo aos noticiários de televisão para reduzir angustia e stress, comuns no confinamento. A saúde mental é vital para manter a saúde física.
5-     Se estiver usando medicação de uso contínuo e tenha alguma informação de que não deve ser usada em função da pandemia, procure confirmar com seu médico quanto a real necessidade de suspensão ou troca da mesma. Evite a automedicação!.
Concluindo, acolher as orientações médicas, manter hábitos saudáveis e procurar equilíbrio emocional vai ajudar a passar esse período que ficará também marcado nos textos de nossa História.

Antonio Carlos F. Queiroz CREMEB- 8206
Cardiologista e Ecocardiografista da Cardioprev e Cardiopulmonar

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Dicas dos Servidores

Após a implantação do PJE e a vigência da nova resolução que trata da prestação de contas dos partidos políticos, tenho observado a grande quantidade de equívocos nas petições iniciais, o que gera retrabalho e atraso na evolução do processo, já que o cartório deve certificar, passar a despacho e efetivar as retificações na autuação. Somente após isso é que as demais providências são tomadas, o que gera demora em alguns dias, para o desfecho.
Ultimamente cumpri vários atos de retificação de autuação, em situações que poderiam ser evitadas facilmente com disseminação de informações sobre a petição inicial da prestação de contas, notadamente a de declaração de ausência de movimentação.
A partir do momento em que a prestação de contas deixa de ser procedimento administrativo e passa a jurisdicional, formalidades mínimas quanto à petição inicial devem ser observadas, salvo melhor juízo, apesar de ser um processo atípico, sem a "triangulação" processual.
Entre os equívocos mais comuns estão:
- peticionamento perante o segundo grau de jurisdição;
- autuação em zona diversa da competente, em locais com mais de uma zona;
- classificação incorreta (PETIÇÃO CÍVEL - Regularização... X PRESTAÇÃO DE CONTAS);
- ausência dos nomes dos responsáveis - presidente e tesoureiro - e de sua qualificação;
- falta de qualquer justificativa para o fato de o partido não ter movimentação durante todo o ano ("causa de pedir"), em caso de declaração de ausência de movimentação de recursos.
Assim, elaborei um formulário modelo de petição, que poderá servir de orientação para aqueles que tenham dúvida, conforme link abaixo, com a redação a ser adaptada e melhorada.
Submeto à avaliação de conveniência quanto à divulgação no Blog:


Atenciosamente,
João Evódio Silva Cesário
Analista Judiciário | ZE-048